Álibi

O meu álibi era a libido
O seu "sim" minha porta de entrada
Meu sorriso era o seu motivo
Meu convite era carta marcada

Marcada como a certeza que nunca me dera
Arriscada como a vontade que nunca cessara
Teimosa como eu, que sempre mostrara
Que a espera era dádiva, era convidada

Cada fagulha era ponto
Cada toque recomeço
Cada silêncio era resposta
Cada segundo um dia inteiro

E minha justificativa era o álibi
Era a libido
Era o recomeço
Era a certeza
Era a vontade
Era o risco
Era a veracidade
Ou a voracidade

Com a qual eu caminhava por campos desconhecidos
E pelos quais, enfim, eu retornara

Promessa

Não tenha medo.
Porque o caminho é cheio de curvas, mas leva a um bom lugar.
E há tanta luz na sua essência, tanta vontade que vem de você
Que nada pode te impedir de chegar ali, ao final.

Tudo o que eu quero dizer e propor
É que por um momento você pare
E sinta a brisa bater no rosto, como se nada mais houvesse

Que aceite minha mão
Se deite em meu peito
Me deixe te fazer um cafuné sem dizer nada, sem nada esperar

E que nesse instante, um único instante
Se renove, esqueça
Sorva cada gota do meu carinho e de alguma tranquilidade devagar
Que aceite minhas desculpas, releve minha impulsividade, imaturidade talvez

Mas se lembre que estarei ali
Pra não te dizer nada
Ou pra te trazer tudo

Eu simplesmente estarei ali, para quando você precisar
De um momento
Do mundo inteiro
De um café
Ou da certeza de que você é mais e melhor.

Eu sei disso.
Você também sabe.
Só não vale esquecer. Promete?

Finito

Ela já sabe
Chegou a hora de parar
E recomeçar

Jogar pra debaixo do tapete a resposta que não veio
A palavra não dita
A impressão malograda
A história finita

E seguir.

Assim ela é.