terça-feira, 15 de abril de 2008

O que foi que eu disse?

Eu disse “não fui eu”. Mas levei a bronca e apanhei junto.
Disse que queria ser jornalista.
E que nunca deixaria que alguém me machucasse por amor.
Nem por amizade.

Disse que eu não seria capaz de chorar quando meu time perdesse.
E nem quando ganhasse.

Eu disse que não contaria aquele segredo pra amiga do lado. A segunda melhor amiga. Ou a primeira, dependendo de qual – ou de quem – fosse o segredo.

Eu disse que não me submeteria “ao sistema”.
Aquele, do capitalismo. Do consumismo, e de alguns outros ismos, como o fetichismo (?!?!). Lembra?
Foi naquela noite de quinta, no bar da esquina, em mais um dos porres fenomenais e deliciosos, cheios de conteúdo e de cerveja (garrafa grande a três reais).

Acho que por isso não dá pra lembrar direito...
Mas a gente riu. Riu muito.

Eu disse que subiria pra assistir as aulas na faculdade.
Mesmo que começasse uma rodada imperdível de truco.

E disse, também, à professora, que eu traria a lição de casa.
E que nunca mais mentiria sobre “esquecer o caderno” quando tinha “esquecido” a lição.
Na primeira série. Aquela, que eu disse odiar. Mas que hoje sinto saudades.

Eu disse que não brigaria com o irmão por causa do carro.
Ou com a mãe, por causa de outra balada imperdível.
Ou com o pai, pela (minha) saia curta demais.
Nem com a avó, pelo excesso (dela) de Padre Marcelo e seus sermões.

Eu falhei em tantas coisas...
E é tão bom saber que sou normal, absoluta e deliciosamente normal. Cheia de erros, de falhas, de altos e baixos.

Forte o suficiente pra me levantar todas as vezes.
Sensível o bastante pra chorar de dor. Ou de medo.
Ou por charme. Mimo, só.

A cada passo eu me renovo, a cada dia eu me descubro, a cada esquina encontro um amigo de verdade; a cada outra, desfaço um laço importante.

É o tal ciclo da vida, das descobertas, do amadurecimento.
Que me garante dizer que vou continuar falhando, feliz da vida, desde que eu possa continuar sorrindo, aprendendo, confiando.

E escrevendo.
(Não necessariamente gerundiando).

E você tá convidado: vem ser normal aqui também!

Renascimento

Uma nova tentativa.
O reinício.
O blog retorna.
A fênix renasce.
É o tempo que passa.
E eu, que continuo sonhando.